sexta-feira, 1 de agosto de 2008

NOME PRÓPRIO, o filme

Na primeira cena o filme já diz a que veio. Pelo menos no quesito intensidade. Nada mais justo, vida intensa, filme intenso. E por ai sai Camila, a protagonista, que te pega pelas mãos e te leva para um mergulho vertiginoso na sua pouco convencional vida. As câmeras do Murilo Salles vão atrás e o olhar maduro do diretor intercala crueza e poesia. Não li o livro da Clarah Averbuck, então não posso estabelecer relações entre o original e a fita, mas o filme é muito bom (e tive o privilegio de dizer isso pessoalmente ao diretor). Mas vou mais longe: Nome Próprio é o retrato de uma geração: lembrei de vários jovens autores brasileiros e de seus personagens. Vieram a minha mente o desiludido Felipe (do Flávio Izhaki), a borderline Lorena e o solitário Miguel (do Santiago Nazarian). E se minha cultura fosse maior, provavelmente encontraria mais referências. O filme é sobre busca, e enquanto esperamos o resultado da epopéia podemos ver a Leandra Leal traindo, transando, vomitando. Mas também podemos ver o pôr-do-sol refletido numa pequena janela no cantinho da tela. Poesia para os olhares atentos ou nudez escancarada, você escolhe. Só não escolha não assistir Nome Próprio.

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