Se os personagens da fita falassem português, a maioria do público afirmaria que a produção foi rodada no Rio de Janeiro.
E lá vai Rodrigo Plá dirigir (com maestria) mais um filme de critica social. Lembro-me que aos 17 anos, preocupado com o alistamento, perguntei para um amigo mais velho como era a vida no serviço militar. Ele resumiu: “os malandros ficam mais malandros, e os otários mais otários”. Hoje mais velho me pergunto se diante de um filme desses os sensíveis ficam mais sensíveis e os indiferentes mais indiferentes (ou filhas da puta mesmo).
Não quero ser um spoiler, mas tem um personagem que se apresenta como herói, mas frustrado, não consegue manter a retidão. Por outro lado tem um personagem que tem tudo para seguir o caminho errado em função do exemplo paterno, no entanto acaba tendo uma das poucas atitudes dignas do filme.
A roteirista conseguiu mudar a cabeça de um personagem que ela mesma criou, mas será que consegue mudar também a cabeça do espectador insensível?
Só pra lembrar: vivemos num país que votou contra o desarmamento.
Um comentário:
alias, aproveito para agradecer a indicação da Carol
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